sábado, 13 de março de 2010

Pano Branco...


Às vezes escrevo um ou outro texto, e logo no momento a seguir o arrumo para um canto... e é em dias como o de hoje, em que estou a arrumar alguma papelada de cima da minha escrivaninha (um milagre que acontece muito raramente) lá encontro algumas destes desabafos momentâneos como este...



Descobri um pano branco que me cobre, não é perfeito mas suficientemente bom para permitir que eu tenha a percepção da luz e me conseguir proteger do vento, da chuva e das varias agressões que vêm do exterior e teimam em querer agredir-me! Com ele sinto-me segura... ele traz-me a paz e a tranquilidade que eu preciso para viver...
Ainda assim, por vezes tenho vontade de rasgar o pano e espreitar para fora sem a pureza que ele me dá de tudo o que me rodeia... tenho vontade de ver o mundo como ele realmente é! Apesar disso, a certeza que não conseguirei proteger-me do vento e da chuva e o medo da marca que o pano remendado me vai deixar faz-me encolher, esconder e manter-me dentro do meu casulo... pequeno, mas que sei controlar!

"Há muitas ocasiões em que a mesma prudência recomenda o aventurar-nos"
Marquês Maricá

1 comentário:

Wepawetmose disse...

Eu sei que a tentação de ficarmos onde nos sentimos seguros é.... tremenda! Mas para um dia vermos uma borboleta esplendorosa, vaidosa, cheia de vida e... completa, é necessário que ela saia do casulo, é necessário que a dureza do casulo faça a larva mutar... mudar, lutar pela saida fortalecendo as suas patas e asas para que um dia possa finalmente voar e aguentar fortes ventos e tempestades! :) Assim como os portugueses foram pioneios nos descobrimentos ao desbravar o mar bravio, assim também nós somos obrigados a ser curiosos e audazes na vida... porque mesmo sabendo que nos vamos molhar, sabemos também que a alternativa é morrer no sofoco da ignorancia :*****