Trouxeste-me para um lugar tão bonito… calmo, tranquilo, cheio de cores suaves. Trago comigo um sorriso constante e sinto-me preenchida, feliz! Estou sentada numa daquelas nuvens branquinhas e fofinhas, macias e confortáveis… e é tão bom estar aqui que sinto que já nem preciso voar mais alto porque atingi o topo. Nesse momento começa a chover e caío, aí as minhas lágrimas confundem-se com a chuva… e mesmo depois dos meus olhos secaram, a minha alma continua cinzenta e triste! O sorriso deixa de ser genuíno, os olhos deixam de brilhar e a vida passa apenas… deixo de viver durante algum tempo para simplesmente sobreviver!
Depois da chuva, vem o nevoeiro... tudo se torna entorpecido, pouco nitido. Fico com frio… mesmo tendo os abraços que me aquecem e os sorrisos que me aconchegam, mal eles desaparecem, o frio volta! Deixei de estar na minha nuvem para passar a habitar uma floresta cheia de perigos desconhecidos, e sem clareiras capazes de me trazer alguma paz. Qualquer passo que dou torna-se estranho, inseguro e tremido… sento-me a espera que passe! Sento-me à procura da solução, ou se calhar à espera que me milagrosamente me surgissem umas asas que me permitissem voar novamente!
Adormeci… e sonhei com a praia, o mar… e o por-do-sol, que mesmo depois de cair, deu lugar à lua… menos brilhante, mas igualmente bela… e que era capaz de iluminar a noite escura! Tu estavas lá, mas eras diferente, e eu não te conhecia… Afinal não eras tu. Era outra pessoa, de quem eu gostava com a mesma intensidade, mas não conhecia… Ele sentou-se ao meu lado, e ficamos os dois a olhar para a beleza e serenidade da lua e das estrelas que contrastava com o mar revolto que batia nas rochas, como se as quisesse derrubar… fez-me perceber que mesmo com o mar agitado, se eu olhasse para o céu era capaz de encontrar tranquilidade.
Acordei na clareira que tanto desejei, como se fosse magia, e estava a meu lado um mapa e uma bussula! Afinal eu sempre tinha estado ali, mas antes tudo parecia diferente! Peguei no mapa e na bússula… deixei de querer voar e ainda que reticente, fui à procura do norte! Ainda tropecei, mas voltei a levantar-me, e no final cheguei novamente a praia, aquela com que eu sonhei! Estava diferente… afinal, nada é como nos sonhos… Sentei-me a olhar para o céu, tranquilamente à espera que voltasses a aparecer, e… ali na areia, desta vez com o sol a brilhar, eu fosse capaz de te ver o rosto e tu fosses capaz de me trazer novamente o brilho nos olhos e o sorriso da alma!